Um alarme toca. Um não, dois. Toca, toca, toca e pára. Por um minuto. E recomeça. Acho que percebi o alarme hoje pela manhã, em plena segunda de carnaval. Pensei que era um carro, mas do 11o. andar não dá para identificar nada. Fomos resolver umas coisas na rua (como um pneu furado), voltamos e o alarme continuou. A tarde segue com o irritante som. Chega uma hora que enche o saco.
Agora à noite desci pra ver o que era. Perguntei para o zelador, ele disse que é na loja de móveis da esquina. Loja chique, móveis de praia, curiosamente chamada Mac Design (http://www.macdesign.com.br - alô Apple, chama o jurídico!). Sem medir muito as consequências, fui até a esquina ver se tinha alguma placa de informação dessas empresas de monitoramento. Nada.
Liguei para a polícia. 190. "Sr., não podemos fazer nada. O sr. pode ir até a delegacia e fazer um BO por conta do ruído, mas não podemos desligar o alarme ou ir até aí." OK, vamos tentar as empresas de monitoramento. Google neles, e a Teleatlantic apareceu primeiro. Liguei. "Olha, tem um alarme tocando, não sei se é seu cliente. Você pode me ajudar?" "Sim, claro, qual o endereço, vamos checar". A moça foi bastante atenciosa e pensou direito: afinal, um cliente pode estar em perigo.
Depois, a Siemens. Já foi difícil achar o site (sbt.siemens.com.br), mais difícil achar o telefone - que mudou, por acaso. "O sr. tem o endereço correto?" "Não, não sei (joguei um verde): a loja é toda envidraçada e você acha que eu vou lá na frente ver o que está acontecendo? Não mesmo." "Então não podemos fazer nada sem o nome do proprietário ou o endereço correto!". E desligou. Se fosse cliente dela, já estava roubado mesmo.
Dois minutos depois, acende uma luz na loja. O alarme parou. Ah, sr. dono da Mac, na quarta-feira de cinzas muita gente vai ir visitar a sua loja. E não vai ser pra comprar móveis de praia não.
27.2.06
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Um comentário:
Problema mais urgente é determinar a extinção sumária das empresas de carros de som que fazem as infames festas de aniversário de aluguel no meio da rua, incomodando com suas mensagens pré-gravadas e músicas bregas, a pleno volume e à noite, uma quantidade de pessoas muitas vezes superior à de convidados da festa. A extinção irrevogável da cultura popular do barulho público, que gera e promove esse "serviço", também não seria uma má providência.
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