26.10.05

Brincando com Bluetooth

Tenho viva a lembrança de 1999, quando, repórter da Folha Informática, fui a um seminário da Ericsson sobre mobilidade. Na época, ter um notebook com porta Ethernet já era o máximo e nem se falava em wireless (um tempinho depois alguém da arte embrionária da Folha Online tinha um iBook colorido e uma base AirPort, mas ninguém sabia para que servia aquilo). No tal seminário, Bluetooth foi um tema recorrente. Lembro bem que teve até um teatrinho para explicar as maravilhas da tecnologia sem fio. Veio 2000, o bug do milênio falhou, 2001, 2002,... e nada do Bluetooth aparecer. Parecia mais uma daquelas promessas futurológicas que nunca sairiam do papel.

Os primeiros celulares com alguma tecnologia Bluetooth começaram a chegar em 2002 (mas tenho quase certeza que só foi em 2003 que chegou às minhas mãos). Era o incrível Nokia 7650, o primeiro cameraphone que vi de perto, já pelas mãos da iniciante operadora TIM, em São Paulo. Não faltavam motivos para o 7650 impressionar: além do Bluetooth, mensagens multimídia, porta infravermelho – e foi também o primeiro modelo slider a surgir (apesar de ser um telefonão, tinha seu charme). Mesmo com o 7650 e outros telefones surgindo, principalmente os GSM, faltavam ainda equipamentos compatíveis com o Bluetooth – principalmente fones de ouvido e adaptadores USB, hoje fáceis de encontrar.

No começo do ano, com um WorkPad M505 (era um Palm da IBM) já cansado, comprei o Nokia 6600, com a intenção de substituir o handheld por um smartphone. Faltava, então, o modo de ligar o fone ao PC. Comprei um adaptador genérico e funcionou, depois de algumas brigas com o software da Nokia. No Mac, funcionou sem problemas. (Fazem parte do meu mundo Bluetooth, além do celular, um iPaq e o iBook).

Tanta história para chegar ao ponto: ontem, avaliando uma nova mini-impressora da HP, vi nas especificações que a impressora aceitava um adaptador Bluetooth. Ignorei o cabo USB para ligar o iBook: vou tentar usar o meu adaptador Bluetooth. E deu certo – na verdade, nem instalei o software da HP para o driver da impressora (o notebook reconheceu a impressora como um novo device compatível) – e foi só mandar os arquivos que eu queria para imprimir, simples e direto. Especula-se muito sobre o fim do Bluetooth e novas tecnologias sem fio que vão substituir esse padrão. Lembrando o passado, a Ericsson estava certa.

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