24.5.06

Linuxworld: open source, open business.

Publiquei isso ontem na PCMag.com.br, esqueci de republicar aqui - com comentários adicionais no parágrafo final.

Linux convivendo em paz com plataformas proprietárias? Pode soar estranho para alguns radicais, mas é como o mundo corporativo e os grandes players da indústria de TI lidam com o assunto open source. A integração entre os dois mundos foi o tema que dominou a LinuxWorld Expo, aberta hoje (23) em São Paulo.

O dia começou com uma apresentação de Jeff Smith, vice-presidente de Open Source e Linux Middleware da IBM. “Um mundo misto é uma realidade”, afirmou. Tudo isso se baseia no conceito de fornecer aos clientes o tipo certo de sistema operacional e aplicativos que se encaixem com o conceito do modelo de negócios da empresa – seja um grande projeto ou apenas uma pequena empresa procurando reduzir custos. “É preciso entender as necessidades da sua companhia”, disse Smith. “O sistema operacional é apenas um dos componentes da estratégia”.

Para a IBM, tudo envolve colaboração, com pontos positivos e negativos sendo avaliados entre as diferentes plataformas – e uma pode ajudar a outra (como o servidor Apache, open source, integrado à solução Websphere, da IBM, proprietária).

A IBM vê open source em quatro pilares principais (inovação, contribuição, melhoria e crescimento). Não é à toa que, durante o evento, a companhia anunciou o investimento de US$ 2,2 milhões em open source no Brasil durante este ano. Parte do dinheiro irá para a criação de um novo Centro de Tecnologia Linux no Brasil (LTC) em Hortolândia (interior de SP) e ampliação do LTC de Campinas. Os profissionais contratados irão desenvolver Linux para uso em processadores Cell e Power, da IBM, além de criar aprimoramentos para aplicativos de virtualização da Intel, entre outros.

Entretanto, não é só a IBM que vê com bons olhos a união open source e o mundo proprietário. A Novell fez durante o evento o lançamento de uma nova solução de colaboração, a Open Workgroup Suite. O pacote, pronto para Linux, vem com uma “versão heterogênea”, que permite seu uso em qualquer plataforma, incluindo Windows. “O melhor dos mundos é o que traz maior valor agregado ao cliente, independente de ser open source ou proprietário”, disse Ricardo Fernandes, presidente da Novell Brasil. “Hoje o Linux no desktop já está maduro, mas não queremos forçar uma migração para os clientes. Ela tem que ser gradativa e controlada, com o melhor de cada mundo”, conclui.

A LinuxWorld Expo mostrou ao que veio. É um evento voltado ao mercado que consome open source em geral e não algo panfletário como o Fórum Internacional de Software Livre, destinado a desenvolvedores e alguns xiitas de plantão. O primeiro dia parecia vazio pela manhã - o primeiro keynote demonstrou isso claramente (e eu, com minha mania de sentar na frente, fiquei sozinho na segunda fileira). A parte de exposições abriu depois do keynote e havia muita gente falando inglês, sinal que os grandes patrocinadores (HP, IBM, Novell, Intel) realmente quiseram mostrar serviço. Espero que tenha servido ao propósito de mostrar que Linux é uma alternativa comercial viável para as empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes. O curioso é que me disseram hoje que a Sun era uma das patrocinadoras do evento, mas ela não estava lá. Muito esquisito.

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